Em um resumo jornalístico do Comitê de Liberdades do Sindicato, foi destacado que o mês de maio passado foi sangrento para os jornalistas em Gaza e na Cisjordânia, com 72 crimes, ataques e violações, sendo os mais proeminentes o martírio de cinco colegas trabalhadores do setor de mídia: Bilal Akasha, Mahmoud Jahjouh, Ha’il Al-Najjar, Mohammed Al-Houbi e Ola Al-Dahdouh.
Suas casas foram destruídas, resultando na morte de dez membros de suas famílias, enquanto cinco jornalistas foram gravemente feridos devido a estilhaços de mísseis e balas.
O relatório também destacou que três colegas foram presos, alguns em incursões e invasões de suas casas, e outros em postos de controle de ocupação na Cisjordânia.
Além disso, foram registrados nove casos de alvos de tiros perigosos para intimidação, enquanto sete jornalistas foram sufocados devido ao ataque com gás lacrimogêneo tóxico e 23 jornalistas foram detidos e impedidos de cobrir eventos. Houve também seis casos de equipamentos destruídos e confiscados.
Além disso, o escritório da Al Jazeera, em Jerusalém, foi fechado, assim como o ponto de transmissão da agência de notícias Associated Press, com a apreensão de seus equipamentos antes de serem devolvidos pelas autoridades de ocupação sob pressão da administração estadunidense. O relatório acrescentou que seis casas pertencentes a jornalistas e suas famílias foram destruídas por bombardeios.
Também foi mencionado no relatório o crime de perseguição aos jornalistas, forçando-os a deslocarem-se e viajarem por diferentes áreas em Gaza ao longo dos últimos sete meses. O mês passado foi particularmente perigoso na província de Rafah, no sul de Gaza, quando os jornalistas foram impedidos de retornar às suas casas e se estabeleceram em tendas ou nos arredores de hospitais sem eletricidade, comunicação ou internet, dificultando seu trabalho.
Eles foram obrigados a se deslocar novamente para áreas centrais de Gaza em busca de segurança, em primeiro lugar, e da oportunidade de continuar seu trabalho com suas instituições de mídia.
O relatório ressaltou ainda a continuação do sofrimento dos jornalistas feridos, que encontram dificuldades para receber tratamento em Gaza devido à destruição dos hospitais pelo exército de ocupação e ao assassinato de equipes médicas, colocando em perigo a vida dos jornalistas feridos, com os cruzamentos e passagens fechados e a proibição de sair para receber tratamento fora de Gaza.
Nota de esclarecimento:
No dia 1º de maio de 2024, investigações preliminares realizadas pelo Committee to Protect Journalists (CPJ) revelaram que pelo menos 97 jornalistas e profissionais da mídia estavam entre os mais de 36 mil mortos desde o início da guerra, em 7 de outubro.
O banco de dados não inclui todas as vítimas até que sejam concluídas investigações adicionais sobre as circunstâncias que as cercam. O banco de dados do CPJ continuará a ser atualizado à medida que investigações adicionais forem concluídas para esclarecer as circunstâncias dessas mortes.
Vale ressaltar que o CPJ contabiliza apenas os jornalistas mortos enquanto estavam em serviço em campo. No entanto, o Sindicato dos Jornalistas também registra os jornalistas palestinos mortos em suas residências, já que muitos foram alvo de ataques diretos que resultaram na destruição de redações, escritórios e equipamentos de mídia, levando-os a trabalhar de casa.
É importante mencionar que as restrições impostas por Israel dificultam a presença de investigadores internacionais independentes, o que pode explicar a discrepância entre os números divulgados, que variam entre 100 e 150 jornalistas mortos.
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