Por Guilherme Ribeiro
O encontro acontece de 29 de outubro a 1º de novembro, no Colégio Brasileiro de Altos Estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CBAE/UFRJ), e vai contar com a presença de convidados do Brasil e do exterior, de fundadores a profissionais que atuaram na revista e contribuíram ao longo de seus 30 anos de história.
Também estarão presentes pesquisadores de diferentes áreas -como História, Relações Internacionais, Economia e Comunicação- para mesas redondas sobre o legado da Cadernos do Terceiro do Mundo.
Os debates também abordarão questões como a luta por paz e justiça social, educação cidadã, os atuais desafios do jornalismo e o papel transformador da mídia nas dinâmicas geopolíticas atuais, sobretudo em prol do fortalecimento do Sul Global.
Compromisso com Nova Ordem Informativa Internacional
A revista Caderno do Terceiro Mundo foi fundada em 1974, na Argentina, disposta a fortalecer o que à época foi chamado de “Nova Ordem Informativa Internacional” (NOIII), “uma proposta que defendia a democratização dos meios de comunicação como pré-condição para se atingir o pleno desenvolvimento dos países periféricos”, conforme descreve o portal do Repositório Institucional de Múltiplos Acervos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Rima-UFRRJ).
A Cadernos ganharia ainda versões no México (1976), em Portugal (1978), no Continente Africano (1978) e no Brasil (1980), e foi publicada até o final de 2005, então com sede no Rio de Janeiro. O periódico se tornou uma referência, por décadas, para estudos políticos, históricos e de relações internacionais nos meios acadêmicos e movimento sociais do antes chamado Terceiro Mundo -hoje, Sul Global.
Cadernos do Terceiro Mundo no DNA da Diálogos do Sul Global
Na conferência “Jornalismo e democracia. Revista Cadernos do Terceiro Mundo-50 anos: História e legado”, estarão presentes os jornalistas Paulo Cannabrava Filho e Vanessa Martina, respectivamente fundador e diretora de redação da revista Diálogos do Sul Global. Cannabrava, também diretor da Diálogos, integrou a equipe da Cadernos ao longo dos 30 anos do veículo.
A Diálogos Do Sul Global, vale dizer, foi fundada justamente como sucessora e herdeira da Cadernos do Terceiro Mundo, se inspirando em seu legado e com a missão de manter viva a cobertura crítica e independente do cenário internacional.