Por Tânia Malheiros
A cooperação nuclear entre os dois países começou em 1994, via a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), para o fornecimento de cerca de 800 toneladas de urânio natural, através de várias licitações da estatal brasileira.
A entrega mais recente ocorreu em fevereiro (22/2), quando a INB recebeu da Rússia cerca de 21 toneladas de urânio enriquecido. O material chegou ao Porto do Rio de Janeiro acondicionado em 14 cilindros e foi transportado no mesmo dia para a Fábrica de Combustível Nuclear da INB, em Resende/RJ, onde está sendo utilizado na fabricação de 44 elementos combustíveis que compõem a 29ª recarga de Angra 1.
Brasil e Rússia têm acordos abrangendo várias áreas: projetos de construção de usinas nucleares de grande escala e pequenos reatores modulares de concepção terrestre e até flutuante, e ciclo do combustível, por exemplo.
«A Rosatom possui a única frota mundial de quebra-gelos movida a energia nuclear, única usina nuclear flutuante do mundo e únicos blocos energéticos do mundo com reatores rápidos de nêutrons de nível industrial de potência”, comentou o então diretor da estatal russa, com exclusividade ao Blog, em 2022.
A Rosatom também está interessada na área brasileira da mineração.
A comitiva que visitou à Nuclep estava composta pelo vice-diretor-Geral, Ilya Vergizaev; a Diretora Executiva de Projetos, Alexandra Ovcharenko; a Gerente Regional, Ekaterina Baranova; o Gerente Técnico, Aleksei Shabrin e o VP na América Latina, Ruan Nunes, que realizou apresentação sobre o potencial da estatal, conheceu o nosso piso fabril e explorou possibilidades das parcerias.
O vice-diretor-geral da Rosatom enfatizou o potencial de crescimento do Brasil no setor nuclear. “Estabelecer negociações claras e produtivas é de extrema importância para impulsionar o progresso da indústria nuclear brasileira”, ressaltou.
O diretor administrativo da Nuclep Oscar Moreira Filho reconheceu o interesse em dialogar para aquecer o desenvolvimento do setor. Entre as possíveis parcerias, mencionou: “Pode ser de planta nuclear normal, chamada Nuclear Power Plant, de potência nuclear, ou então de SMR, na dimensão de reatores modulares pequenos”.
A Nuclep ocupa uma área de 1 milhão de metros quadrados e possui um conjunto de máquinas operatrizes para usinagem, soldagem, calandragem e tratamento térmico únicos no país. Com capacidade de movimentação de carga de 600 toneladas, seu galpão principal é composto de seis corpos germinados com 200 metros de comprimento por 160 metros de largura; o piso do interior da fábrica é projetado para receber até 10 toneladas; e a via de acesso principal para o embarque dos produtos pode receber até 39 toneladas.
A Nuclep é fruto do acordo nuclear Brasil-Alemanha, firmado em 1975, quando o governo militar projetava a construção de oito centrais atômicas. E até hoje, apenas Angra 2 funciona, sendo que Angra 3 iniciada em 1984, continua com as obras paradas.
O então presidente da Rosatom na América Latina, Ivan Dybov, em 2022, contou ao BLOG com exclusividade, que além do Acordo entre o Governo da Federação Russa e o Governo da República Federativa do Brasil referente à cooperação na área da utilização pacífica da energia nuclear, em 15 de setembro de 1994, as parcerias evoluíram. No dia 21 de julho de 2009, foi assinado um memorando de entendimento entre a Rosatom e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Confira a entrevista:
– Como começou a parceria comercial?
DYBOV: Com o fornecimento de produtos isotópicos para as necessidades da medicina nuclear brasileira, que continua a ser a principal área de cooperação entre nossos países no setor nuclear. Agora, uma das áreas mais promissoras é o fornecimento de isótopos como lutécio e actínio.
– Há cooperação no fornecimento de urânio?
DYBOV: Em 2018-2020, a Corporação Estatal Rosatom, representada pela «Uranium One Group», ganhou várias licitações da empresa estatal brasileira Indústrias Nucleares do Brasil (INB) para o fornecimento de cerca de 800 toneladas de urânio natural.
– Há cooperação na formação de conhecimentos?
DYBOV: Nós também cooperamos ativamente no campo de formação do pessoal. Em particular, a Universidade Nacional de Pesquisa Nuclear (MEPhI) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) estão realizando programas educacionais em conjunto. Já neste ano acadêmico sete estudantes do Brasil vão estudar na Rússia com bolsas de estudo proporcionadas pela empresa «Rosatom» e agência federal da Rússia Rossotrudnichestvo.
– A Rosatom e a brasileira Eletronuclear assinaram memorando recentemente. Como foi?
DYBOV: No âmbito da expansão da cooperação bilateral, no mês de setembro, durante a Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA), a Corporação Estatal Rosatom e a empresa operadora brasileira de usinas nucleares Eletronuclear assinaram um memorando de entendimento. O novo memorando abrange uma vasta gama de áreas de cooperação, incluindo os novos projetos de construção de usinas nucleares de grande escala; pequenos reatores modulares de concepção terrestre e flutuante; soluções para as etapas inicias e de conclusão do ciclo do combustível nuclear, bem como para a gestão do combustível nuclear usado; desenvolvimento do ciclo do combustível nuclear avançado/inovador.
– O que mais?
DYBOV: A área de processamento (reciclagem) de materiais nucleares; assistência ao longo do ciclo de vida de novas usinas nucleares, incluindo a operação, assistência técnica e descomissionamento; prolongamento da vida útil das unidades nucleares; desenvolvimento de tecnologias do hidrogênio; implementação das melhores práticas de gestão P&D+I no setor nuclear, metodologias para acelerar a implementação de projetos de desenvolvimento tecnológico, bem como melhores práticas para aumentar a aceitação pública da energia nuclear.
– Quais os outros pontos importantes do memorando?
DYBOV: O memorando prevê também o desenvolvimento da cooperação em projetos conjuntos na área de educação e capacitação de profissionais, aumento da aceitação pública da energia nuclear e outras áreas.
– Como e quando?
DYBOV: Tendo em conta a intenção do Brasil de desenvolver o seu setor nuclear nacional e construir novas usinas nucleares, surgem novas perspectivas para a expansão da cooperação numa série de áreas. Em 2019, a TENEX (parte do circuito de gestão da Rosatom) e a empresa estatal brasileira Indústrias Nucleares do Brasil (INB) assinaram uma carta de intenções, na qual confirmaram a sua disposição para implementar projetos conjuntos na área do ciclo do combustível nuclear. Neste momento, estamos analisando com os nossos parceiros brasileiros as possibilidades de cooperação integrada na área do ciclo de combustível nuclear, inclusive no campo de mineração de urânio.
– Interesses em Angra 3…
DYBOV: Em junho de 2020, o Brasil confirmou as suas intenções de concluir a construção da central nuclear «Angra 3» segundo o modelo EPC e de construir um parque de novas centrais nucleares em parceria com o setor privado. A Rosatom está interessada em cooperar com o Brasil numa vasta gama de áreas e está pronta para explorar as perspectivas da sua participação na construção de novas centrais nucleares, tanto de grande potência, como de baixa potencia, no território brasileiro.
– Conte sobre experiência em prorrogar a vida útil de usinas nucleares.
DYBOV: A Rosatom tem experiência na modernização e na extensão da vida útil de usinas nucleares tanto na Rússia, como também no exterior, especialmente na Armênia e Bulgária. A usina nuclear da Armênia está agora passando pelos trabalhos finais de modernização para estender a vida útil da instalação até 2026. Além disso, de acordo com cálculos preliminares, a usina nuclear poderá funcionar até 2036. O projeto envolveu trabalhos extensos no valor de cerca de 200 milhões de dólares, incluindo a entrega de novo equipamento, que foi instalado em um prazo curto. A experiência da Rosatom em modernização e extensão da vida útil das instalações nucleares na Federação Russa é uma base sólida para uma implementação exitosa de tais projetos.
– E na gestão na área de combustível?
DYBOV: A Rosatom tem uma vasta experiência na fabricação de combustível nuclear. De um modo geral, em 2020, a quota da Rosatom no mercado mundial de fabricação de combustível nuclear constituiu 17%. Além disso, no âmbito da cooperação com a empresa «Framatome», o combustível e os componentes feitos de urânio regenerado, que são produzidos na Rússia, são fornecidos às usinas nucleares da Europa Ocidental. Estamos dispostos a compartilhar tecnologias e conhecimentos com os nossos parceiros brasileiros e já temos experiência de cooperação nesta área. E, se no futuro, a Rosatom vier a participar em projetos de construção de novas instalações nucleares no Brasil, será possível falar em expansão da cooperação na área do ciclo do combustível nuclear.
– Como assim?
DYBOV: Caso a Rosatom seja escolhida como parceira para a construção de novas usinas nucleares de grande ou pequena potência no Brasil, será uma cooperação na área de produção de combustível para as novas instalações.
– Quais as lições aprendidas com o acidente de Chernobyl?
DYBOV: Os eventos ocorridos na usina nuclear de Chernobyl em 1986 mostraram à indústria nuclear global que é necessário eliminar a própria probabilidade de tais acidentes o mais rápido possível, devido às mudanças nos fenômenos físicos naturais e nos processos que ocorrem no link técnico entre o reator e os sistemas de segurança. Foi necessário criar e mostrar para todos os participantes do processo de uso da energia atômica, desde a fase de desenvolvimento de projetos até a fase de descomissionamento de uma usina, uma filosofia de atividades profissionais baseada nos princípios da cultura de segurança. Esses princípios consistem na prioridade de garantir a segurança e esforços constantes para garantir e melhorá-la.
– O que foi feito?
DYBOV: Para cumprir essas tarefas, criamos um conceito de cultura de segurança e o enchemos de objetivos e ações práticas concretas para alcançá-los. Com base nesta abordagem, todos os principais documentos normativos internacionais e nacionais que regulam as questões de segurança no âmbito da energia nuclear e proteção contra radiação foram desenvolvidos novamente. Em um prazo muito curto foi realizada uma série de trabalhos nos reatores RBMK. Além disso, foram formuladas as recomendações e regulamentos mais rigorosos da AIEA. Em particular, foram tomadas as seguintes medidas: as características físicas de nêutrons do reator foram alteradas para valores seguros a través de alteração da composição da carga da zona ativa; foi garantido o controle contínuo de todas as características do reator por métodos modernos de cálculo e métodos de medições seguras diretas, e os métodos de controle estão sendo constantemente melhorados até agora; foi realizada uma série de mudanças de construção, que levaram a um aumento na velocidade e eficiência da proteção do reator até valores justificados considerando todas as reservas de engenharia de quantidades; foi expandida a lista de sinais, ou seja, eventos, que levam à ativação de sistemas de segurança, foram introduzidas novas proteções de reator; foram introduzidos sistemas de diagnóstico do estado da planta do reator e seus equipamentos individuais, permitindo identificar possíveis problemas na operação logo no início do desenvolvimento deles, a um nível seguro desses problemas; o desligamento ou intervenção de pessoal na operação dos sistemas de segurança é tecnicamente impossível; a máxima autoproteção interna da planta do reator contra o desenvolvimento negativo de processos físicos de nêutrons, processos termo-hidráulicos e outros processos é garantida devido às suas características físicas naturais.
– Mudanças nos reatores?
DYBOV: Como resultado das medidas técnicas de alta prioridade executadas, as características físicas do reator e dos sistemas de segurança foram alteradas. Por isso, os reatores RBMK já não podem ser considerados reatores do mesmo tipo que aqueles da usina nuclear de Chernobyl. Esta afirmação foi confirmada pela comunidade nuclear internacional no momento de desenvolvimento e análise dos relatórios de avaliação detalhada da segurança dos reatores RBMK realizados pelos especialistas da Federação Russa, Grã-Bretanha, Suécia, Finlândia e os Estados Unidos da América.
Além disso, a estatal está atualmente implementando um projeto da primeira central nuclear terrestre de baixa potência com reatores da série RITM-200. Espera-se que ela seja comissionada na Rússia até 2028 na aldeia de Ust-Kuiga em Iacútia (uma república que entra na competência da Federação Russa). Por enquanto, a «Akademik Lomonosov» é a única central nuclear flutuante do mundo. Falando em projetos de baixa potência, que estão na fase de desenvolvimento, segundo os dados da AIEA, atualmente existem mais de 70, sendo que empresas dos EUA, China, Coreia do Sul, França e Argentina estão fazendo certos progressos no desenvolvimento destas soluções.
– E as críticas dos ambientalistas?
DYBOV: É importante entender que as centrais nucleares não causam qualquer dano ao meio ambiente, mas sim contribuem para a solução dos problemas climáticos. Em 2019 e 2020, o funcionamento da FNPP permitiu evitar a emissão para a atmosfera de um equivalente que ultrapassa 300.000 toneladas de dióxido de carbono -CO2. Contudo, as centrais nucleares atualmente em funcionamento permitem reduzir as emissões de dióxido de carbono em 2 bilhões de toneladas por ano. É por esta razão que a energia nuclear é considerada uma energia «verde».
A Rosatom, segundo Ivan Dybov
«A Rosatom está entre as dez maiores empresas da Rússia. A nossa equipe conta com mais de 275.000 empregados em mais de 300 empresas. A cota da energia nuclear no balanço energético da Rússia é superior a 20 %, graças a 38 blocos energéticos, que operam em onze usinas nucleares. A Corporação está realizando um programa de grande escala para a construção de usinas nucleares, tanto na Federação Russa, bem como no exterior. Atualmente, está construindo três novos blocos energéticos na Rússia, incluindo dois blocos energéticos na NPP Kursk-2 e o inovador reator rápido de nêutrons BREST-OD-300. O portfólio de 10 anos de pedidos no exterior da Rosatom inclui 35 blocos energéticos em 12 países em várias fases de implementação, incluindo no Egito, Turquia e China. Atualmente fornecemos combustível para 75 blocos energéticos em 16 países (incluindo a Rússia), o que significa que um em cada seis reatores do mundo funciona com o combustível produzido na corporação. A Rosatom ocupa 1° lugar no mundo em termos da quantidade de blocos energéticos de NPP (Nuclear power plant) que estão em construção no exterior; 1° lugar no mundo no enriquecimento de urânio; 1° lugar no mundo em reatores de pesquisa em operação; 2° lugar no mundo entre as empresas geradoras em termos de potência instalada; 2° lugar no mundo em termos de reservas de urânio exploradas; 2° lugar no mundo na mineração de urânio; 3° lugar no mundo na fabricação de combustível nuclear. Possui a única frota mundial de quebra-gelos movida a energia nuclear, única usina nuclear flutuante do mundo; únicos blocos energéticos do mundo com reatores rápidos de nêutrons de nível industrial de potência. Desde outubro de 2020, a corporação é membro do Pacto Global das Nações Unidas (UN Global Compact), a maior iniciativa empresarial internacional da ONU em matéria de responsabilidade social empresarial e desenvolvimento sustentável. Em 2020, a Rússia celebrou os 75 anos da indústria nuclear nacional. A Rosatom é uma das pioneiras do setor nuclear mundial. Os cientistas soviéticos foram desbravadores na utilização pacífica da energia nuclear: a primeira usina nuclear do mundo foi construída na Rússia, na cidade de Obninsk, em 1954. Em apenas 75 anos de história, as empresas russas da indústria nuclear construíram mais de uma centena de reatores para usinas nucleares em 14 países do mundo, incluindo na Rússia. A Rosatom, que herdou as tecnologias e a experiência da indústria nuclear soviética, foi fundada em 2007. Hoje em dia, é a maior empresa geradora na Rússia e uma das empresas líderes no mercado global de serviços e tecnologias nucleares. É capaz de providenciar a elaboração do projeto e construção de usinas nucleares prontas para uso, abastecer as usinas nucleares com combustível durante toda a sua vida útil, realizar a modernização, serviços de manutenção e formação do pessoal».
Tecnologias pós-Fukushima
A primordial solução da corporação hoje em termos de usinas nucleares de alta potência é o reator água-água energético revolucionário de geração 3+, o VVER-1200. Ele combina em si soluções de engenharia testadas ao longo do tempo e sistemas de segurança ultra confiáveis aperfeiçoados levando em conta os requisitos pós-Fukushima. A principal característica do projeto VVER-1200 é a combinação única de sistemas de segurança ativos e passivos, tornando a instalação extremamente resistente a influências externas e internas. No projeto foi contemplado um conjunto completo de soluções técnicas para garantir a segurança da usina nuclear e excluir a liberação de produtos radioativos no meio ambiente. Especificamente, o bloco energético está equipado com dois contentores com um espaço ventilado entre eles. A contenção interior assegura a vedação do volume onde se encontra a unidade do reator. A contenção exterior é capaz de resistir aos impactos naturais (tornados, furacões, terremotos, inundações, etc.), tecnogênicos e antropogênicos (explosões, queda de aviões, etc.) sobre a usina nuclear. Os sistemas passivos de segurança da instalação são capazes de funcionar mesmo em caso de perda total de abastecimento de energia, e podem desempenhar todas as funções de segurança sem o envolvimento dos sistemas ativos e intervenção do operador. O projeto do VVER-1200 inclui um sistema de filtragem passiva do espaço entre as contenções externas e internas do bloco. Ele permite excluir a saída de radioatividade para o meio ambiente através da contenção externa em quaisquer situações relacionadas com a falha do sistema ativo de ventilação especial. Na parte inferior da contenção, de acordo com o projeto, é instalado um dispositivo de localização de derretimento, ou «armadilha de derretimento”, concebido para localizar e arrefecer o derretimento da zona ativa do reator em caso de um hipotético e improvável acidente, que possa danificar o núcleo do reator. A «armadilha» permite preservar a integridade da contenção, e assim excluir a liberação de produtos radioativos no ambiente, mesmo em hipotéticos acidentes graves. O VVER-1200 pertence à categoria mais comum de reatores de água pressurizada (PWR). Hoje, existem mais de 300 reatores deste tipo no mundo inteiro. Eles passaram com sucesso nos testes de stress «pós-Fukushima», e a segurança da sua operação foi confirmada por organizações internacionais de renome. Desde o momento de comissionamento do primeiro bloco energético com um reator VVER em 1964, foram instalados no mundo inteiro 75 reatores VVER de diversas modificações. A Rosatom foi a primeira empresa no mundo a lançar um reator de Geração 3+ e a iniciar sua produção em série. Hoje, a Rússia tem quatro reatores VVER-1200 em funcionamento e já apareceu o primeiro no exterior, na Bielorrússia. Além disso, a corporação está construindo usinas nucleares similares na Turquia, Bielorrússia, Egito, Hungria, Finlândia e outros países.
Quebra-gelos
Na base dos projetos da Rosatom na área de usinas de pequena potência, estão os mais novos reatores da série RITM, que foram desenvolvidos tendo em conta o funcionamento de quatro gerações de reatores para a frota de quebra-gelos e que foram testados nas severas condições do Ártico. Eles constituem uma fonte de energia confiável e livre de carbono, destinadas a alimentar com energia elétrica áreas isoladas da rede elétrica central, e a substituir antigas centrais elétricas com elevadas emissões de CO2 na atmosfera. Hoje em dia, seis reatores «RITM-200» já estão instalados nos quebra-gelos «Arktika» (Ártico), «Sibir»(Sibéria) e «Ural».
Usinas flutuantes Em 2020, a corporação pôs em funcionamento a usina térmica nuclear flutuante «Akademik Lomonosov», que é atualmente a única usina no mundo equipada com pequenos reatores modulares e a central nuclear mais setentrional do mundo. Desde a sua entrada em funcionamento, a usina nuclear flutuante (FNPP) com dois reatores KLT-40 já demonstrou ser uma fonte confiável e inovadora de calor e energia elétrica, e contribuiu de forma significativa para o meio ambiente da região. Dando continuidade ao desenvolvimento das tecnologias das FNPP, a Corporação está desenvolvendo um novo produto no segmento das usinas elétricas flutuantes, especificamente – uma unidade de potência flutuante otimizada (UPFO). Está previsto que em uma UPFO sejam instalados dois reatores do tipo RITM-200M, que são a última geração de reatores nucleares russos a bordo de navios, que fornecerão uma capacidade elétrica total da usina de 100 MW.