domingo 7 de diciembre de 2025
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Tarifas de Trump contra o Brasil revelam lógica imperial e afronta ao Brics

São Paulo (Diálogos do Sul Global) O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs um tarifaço de 50% sobre as transações comerciais com o Brasil. Aumento de tarifas sobre alumínio e aço brasileiros tem como pano de fundo a disputa geopolítica entre Estados Unidos e o Sul Global

Por Paulo Cannabrava Filho

   A medida, muito mais severa do que os 30% aplicados ao México e à Europa, não é apenas uma ação protecionista. Trata-se de uma represália clara ao papel que a nação brasileira vem desempenhando no Brics e à tentativa do Sul Global de construir uma ordem mundial mais justa e multipolar.

   A Cúpula Brics+ realizada no Rio de Janeiro, com participação ampliada de países como Irã, Nigéria, Tailândia e Venezuela, foi um marco simbólico dessa articulação internacional. Ali, se discutiu a desdolarização do comércio, o fortalecimento do Novo Banco de Desenvolvimento e o fim da dependência de instituições dominadas pelos Estados Unidos. Trump não gostou.

    A retaliação veio com a arrogância de quem ainda se julga dono do mundo. Não se trata apenas de proteger sua indústria, mas de tentar impedir que países como o Brasil fortaleçam sua soberania econômica. As tarifas afetam diretamente produtos fundamentais para a indústria brasileira, inclusive setores de alta tecnologia, como o aeronáutico.

   Ao justificar a medida, Trump ironizou a desdolarização, dizendo que “o mundo pode tentar, mas o dólar é eterno”. Essa declaração, somada às tarifas, mostra que os Estados Unidos estão dispostos a usar todas as armas do imperialismo para manter seu poder.

   Trump ainda revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de outros seis membros do Judiciário brasileiro, numa tentativa de intimidar o sistema de justiça e apoiar seus aliados locais. Ele segue apoiando Jair Bolsonaro, a quem considera injustamente perseguido.

   Enquanto isso, Bolsonaro enfrenta medidas cautelares impostas pelo STF: uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e integral aos finais de semana, proibição de contato com embaixadas, autoridades estrangeiras e outros réus. Mesmo assim, segue articulando politicamente, o que mostra a lentidão da Justiça em conter sua atuação antidemocrática.

   O tarifaço e o apoio escancarado ao bolsonarismo revelam, juntos, a verdadeira face do imperialismo estadunidense: autoritário, intervencionista e inimigo de qualquer tentativa de soberania popular.

   Cabe ao Brasil e aos demais países do Sul Global seguir construindo alianças capazes de romper com esse ciclo de dependência e ameaça permanente.

Identificador Sitio web Ecos del Sur
Dialogos do Sul

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